quarta-feira, 21 de maio de 2014

Quod Erat Demonstrandum


Ano passado, durante uma conferência em Barcelona, um game designer apresentou dados que demonstram que, pelo menos no Xbox 360, jogos com demos vendem metade do que jogos que só tem trailers. O problema, como dirão os estatísticos, é que correlação não implica em causalidade. Resta saber se são as demos que fazem jogos vender menos... Ou se simplesmente os jogos que vendem mais (como as continuações das consagradas franquias AAA) não costumam disponibilizar demos.

Eu, como consumidor, gosto de demos. É legal ter uma noção da jogabilidade, por meia hora que seja, antes de afundar meu suado dinheirinho num jogo. Uma das primeiras coisas que eu fiz no meu novo console foi baixar as demos disponíveis de jogos que me pareciam interessantes. Veja o que eu achei delas...


Strider


Eu cheguei a jogar quase todas as versões desse clássico: arcade, NES e Mega (nunca joguei a do PS1). Mas eram cartuchos alugados ou emprestados, então nunca zerei os jogos. Mas fiquei bem animado quando anunciaram o remake.

A demo não me decepcionou. Os controles são extremamente precisos, a animação muito fluida, há pitadas de metroidvania e tudo termina com um chefe bem legal de se derrotar. A jogabilidade toda é redondinha, exatamente como eu esperava.

Trials Fusion


Confesso que não estava tão animado com esse jogo. Na verdade estava prestando mais atenção no Trials Frontiers, para jogar no celular quando não estiver em casa. Mas a demo me mostrou gráficos sensacionais, além de me lembrar porque Trials é tão legal. É um ralo de tempo, mas é muito divertido. Essa demo certamente aumentou bastante o meu interesse no jogo. Antes dela a chance de compra é nula. Agora é uma questão de prioridades (eu não sou o rei do camarote).

Child of Light


Eu já tinha me interessado pela arte de Child of Light ao ver screenshots, mas elas não fazem justiça ao visual do jogo como a demo. Tudo parece ter saído de um livro de crianças lindamente ilustrado. Aliás, não lembro de muitos livros na minha infância que cheguem aos pés do que eu vi aqui. E a jogabilidade é simples (para um RPG de turnos), mas muito divertida! A música também é sensacional. Junte a tudo isso um final cliffhanger épico (perfeito para uma demo), e meu interesse normal virou puro hype em menos de uma hora.

TL;DR

Senhor game designer, favor tomar nota: há demos que fazem a diferença de forma positiva na hora da decisão de compra. Pelo menos no caso de a demo ser bem construída e a jogabilidade ser capaz de corresponder ou mesmo superar as expectativas, como essas aí acima... Q.E.D. (ou C.Q.D., tanto faz...)

Agora, se o jogo é bem mais ou menos - e o desenvolvedor não quer que o cliente perceba isso antes da compra - é outra história... Mas eu gosto de pensar que o estúdio sofrerá as consequências no longo prazo. Ou alguém aí está disposto a apostar num pre-order de Duke Nukem Forever 2? Ou de qualquer outro jogo da Gearbox que não seja um Borderlands?

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