sábado, 21 de dezembro de 2019

Backlog da Década

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Essa semana (data em que comecei a escrever isso aqui, sei lá quando vou publicar) a Sony confirmou que o PS5 sai no final de 2020. Como se todo mundo já não soubesse.

Ainda assim, a confirmação oficial confere um certo senso de urgência à jogatina. Todo gamer começa a pensar, "preciso terminar os jogos que estão pendentes no PS4." Por mais que a Sony já tenha confirmado que o PS5 vai ser retrocompatível. Afinal, a gente vai comprar o PS5 para jogar os jogos de PS5. Se fosse para continuar a jogar os jogos de PS4 a gente continuava com o PS4...

Por outro lado, ainda teremos muitos jogos importantes saindo em 2020. Final Fantasy VII Remake. Cyberpunk 2077. The Last of Us Part II. Doom Eternal. Ghost of Tsushima. É cedo pra fechar o backlog do PS4.

Mas o anúncio me deixou no clima de listar o que eu deixei para trás de mais importante. O que fazer então? Vou usar a mesma desculpa que o pessoal está usando para fazer uma lista de jogos interessante neste fim de ano, já que para mim ele foi um ano bem fraco em jogos: vou listar aqui meu backlog da década (2010-2019).




O que é backlog para mim


Outro dia eu estava escutando um podcast em que o jogo Lords of the Fallen foi mencionado. Um dos integrantes disse mais ou menos o seguinte sobre ele:

"Zerei. Se é bom? Não é bom. Mas zerei."

Com uma média de 68 no Metacritic, o mundo parece concordar com ele. Esse jogo, para a maioria das pessoas, não é bom. É, no máximo, mediano. Acontece que, se eu quisesse, eu poderia jogar o jogo. Afinal, ele saiu na Plus. Mas, sejamos realistas, eu nunca, *nunca* vou jogar esse jogo. Nunca. Repetindo, caso não tenha ficado claro: nunca.

Por isso, de acordo com a minha definição, Lords of the Fallen não está no meu backlog.

Eu já enfatizei isto várias vezes em outras postagens: não dá para jogar tudo que sai. Não dá nem pra jogar tudo a que a gente tem acesso. E, com o mercado migrando cada vez mais para um modelo de assinaturas (Plus, Now, Game Pass, EA Access, Apple Arcade...), essa verdade só tende a aumentar. É como ver tudo que tem no Netflix só porque você é assinante. Nem é possível, nem faria sentido se fosse. Tem que ter uma curadoria.

Sendo assim, a minha definição de backlog é: aquilo que eu ainda acredito piamente que um dia eu vou jogar.

Como seria impraticável avaliar cada um dos jogos a que eu tenho acesso e decidir, caso a caso, se eu ainda pretendo jogar o título um dia ou não - até porque muitos deles estão num limbo nebuloso, eu resolvi abordar isso da minha forma preferida:

Fazendo uma lista. No caso, um Top 6.

Como eu sempre gosto de justificar minhas decisões como se precisasse convencer alguém de alguma coisa, fiz um FAQ para registrar as racionalizações que flutuavam no meu cérebro quando eu resolvi listar meu backlog.

FAQ


Por que só dos Anos 10?

Bem, eu não tenho muito interesse na década anterior. Naquela época eu quase só jogava FPS no PC, antes de me reabilitar comprando um PSP e um XBox 360 por volta de 2010. Sem a nostalgia, a maioria dos jogos dos anos 2000-2009 parece muito datada para mim.

Quanto ao século passado, verdade seja dita, é raríssimo eu resolver jogar algum jogo bem antigo que eu já não conheça. É muito mais provável eu abrir o aplicativo do NES no Switch para jogar Ninja Gaiden de novo, ou o do SNES para zerar Lost Vinkings pela enésima se um dia a Nintendo resolver colaborar.

Isso não me impede de pinçar jogos daquela geração para jogar. Por exemplo, tenho vontade de jogar Link to the Past. Mas não o considero como "backlog."

Por que não fazer o backlog por geração?

Concordo que faz mais sentido. É bem provável que eu faça um backlog desse jeito quando a geração atual acabar, daqui a um ano. Afinal, fim de geração é um marco.

Mas o fim da década também é, e eu não estava a fim de esperar um ano para escrever isso aqui.

Por que só 6 jogos?

Confesso que foi bem difícil escolher.

Terminei resolvendo adotar a mesma abordagem que eu usei para fazer o Top 5 da geração passada. Naquele caso, por exemplo, eu coloquei Braid para representar os indies, então Limbo ficou de fora. Portal 2 para representar os puzzles, então o primeiro Portal ficou de fora. E por aí vai.

Dessa vez, para me lembrar do que ficou para trás, eu comecei olhando os jogos que ganharam mais prêmios em cada ano, separando eles por franquia ou por afinidade e, finalmente, escolhendo o jogo daquele "estilo" que eu mais quero jogar. No final eu gostei bastante do resultado.

Onde estão God of War, Red Dead Redemption 2, Obra Dinn, Link's Awakening e Fallen Order?

Esses jogos eu já comecei, então na minha cabeça eles não são mais backlog. Eu já "estou jogando", mesmo que fique vários meses sem encostar neles...

E God of War: Ascension?

Eu não tenho PS3, então ele não está no meu backlog. Essa é uma distinção importante.

Um bom jogo que eu quero jogar mas ainda não comprei, talvez porque ainda custa caro, até pode fazer parte do meu backlog. Agora, se eu não tenho a plataforma, aí não.

Mas você nunca pretende jogar o jogo X que não está na lista?

Olha, no fim das contas, eu preciso ser minimamente realista. Já vai ser difícil encarar esses seis jogos um dia. Se você olhar minhas listas, vai ver que muitas vezes eu levo um ano inteiro para zerar seis jogos - ou menos! Eu não vou tirar um ano sabático para colocar o backlog em dia, e eu certamente vou continuar acumulando mais backlog ao logo da próxima década. Sempre foi assim.

Dito isso, há esperança. Se a indústria insistir em continuar focando em battle royales, lootboxes, roguelikes etc. eu tenho gordura para queimar. O objetivo dessa lista é só priorizar o que eu não me imagino abdicando definitivamente. Pelo menos ainda não.

Fim do FAQ, vamos para esse Top 6 enquanto ainda tem alguém lendo.

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Em sexto lugar... Super Mario 3D World (2013). Também não joguei Mario Odissey, mas ele é bem mais recente, então eu deixei o 3D World representar a franquia. Se bem que, na verdade, eu provavelmente vou terminar o Captain Toad: Treasure Tracker (que eu encaro como um spin-off do 3D World) antes de ambos...

Esses jogos não ficam mais alto na lista por um motivo: eles não tem gráficos realistas, então "envelhecem bem". Ainda que eu demore outra década para finalmente jogá-los, não fará tanta diferença quanto no caso dos próximos jogos da lista.

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Pelo mesmo motivo, em quinto lugar... A Link Between Worlds (2013 também). Não se engane, eu também quero jogar Breath of the Wild, Wind Waker, Ocarina of Time, Majora's Mask, A Link to the Past... Mas quero jogar Between Worlds antes de todos eles. Junto como Link's Awakening, que estou jogando, são os dois jogos que parecem ter mais chances de se tornarem meus favoritos da franquia, tanto pela concisão quanto pela estética.

Agora vamos para os jogos com gráficos mais realistas, os que correm mais perigo quando o PS5 sair no fim de 2020.

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Em quarto lugar... Rise of the Tomb Raider (2016). Acabei não jogando por uma questão de timing. O jogo saiu no fim de 2015, cerca de seis meses antes do Unchated 4... Mas era exclusivo do XBox. Em compensação, a Sony lançou a trilogia do Uncharted remasterizada na mesma época. Resultado: joguei os quatro jogos do Uncharted quase seguidos.

Quando o Rise finalmente saiu para o PS4 eu achei melhor postergar, com medo da comparação: eu gostei muito do primeiro jogo, mas a história era meio fraca. A história de Uncharted é fantástica. Mas já se passaram três anos... Já está na hora de voltar para a franquia da Lara Croft.

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Em terceiro lugar... Talos Principle (2014). O melhor dos jogos em primeira pessoa que eu não joguei na década. Afinal, os outros jogos de primeira pessoa do meu backlog são shooters: os jogos recentes da franquia Wolfenstein, Titanfall 2, Borderlands 2, Doom... Todos shooters. Já Talos Principle é um puzzle em primeira pessoa. Considerando o quanto eu gosto de Portal, nem entendo bem por que eu ainda não joguei esse jogo.

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Em segundo lugar... Witcher 3: Wild Hunt (2015). Esse é um dos jogos que eu mais me arrependo de não ter jogado no zeitgeist. Ele tem tudo: os gráficos, a ambientação, a história que parece interessantíssima... Mas é difícil priorizar!

E por motivos puramente práticos. O howlongtobeat.com me avisa que os complecionistas chegam a gastar quase duzentas, vou repetir, duzentas horas nesse jogo! E olha que eu sou um jogador lento, geralmente gasto bem mais tempo do que o site estima. Para piorar, eu peguei a versão "jogo do ano" numa promoção. Ela vem com dois DLCs imensos, cada um deles estimado em dezenas de horas...

Essa é uma jornada para a qual eu preciso me preparar, com a qual eu quero me comprometer quando começar. Por isso venho sempre adiando o jogo. Começá-lo não é uma decisão a se tomar levianamente.

Pior que ano que vem teremos Cyberpunk 2077. É praticamente o mesmo que dizer que o meu backlog vai dobrar de tamanho...

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Finalmente, em primeiro lugar... Batman: Arkham City (2011). Um dos jogos no meu Top 5 da geração passada foi o Arkham Asylum, mas foi um jogo que eu zerei em... 2011, logo antes do lançamento da sequência! Acabei não querendo emendar o City, preferindo jogar alguma coisa diferente. Por um motivo ou por outro continuo sem jogá-lo até agora. Mas recentemente eu joguei (e platinei) o Marvel's Spider-Man. E lembrei como eu gosto de jogos de super-heróis.

City é um dos jogos mais premiados e elogiados da geração passada - a maioria das pessoas inclusive prefere ele ao anterior. E eu também me preocupo, pois o jogo já foi lançado há oito anos. A versão remasterizada para o PS4 é mais recente, de 2016, mas não muda o fato de que este é um jogo que eu quero jogar o quanto antes.

O bom de listar os jogos que você já tem acesso e ainda não conseguiu jogar é que o exercício mental pode te ajudar a gastar menos dinheiro, ou pelo menos a gastar dinheiro mais tarde. Afinal, saber que você ainda tem todas essas dezenas de horas de diversão esperando pelo seu tempo livre, a custo afundado, pode fazer com que você adie a compra do PS5 por mais vários meses...

Essa é a teoria, pelo menos.

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